terça-feira, 29 de setembro de 2009

Novo vôo

Sua vida estava estragada,
ele estragou sua vida.

Os balões cheios subiam,
invadiam, emanavam, erguiam-se sobre o mundo abstrato,
Eles não paravam e os céus aceitavam, recebia-nos, preparava-nos para o próximo pulo.
Os balões o entregavam, desamarravam, ajudaram antes de tudo,
sua vida não acabara ainda,
e eles subiam, foram embora enquanto eu já tinha pulado,
emigrado naquele azul.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Gosto


Observe o movimento, fique com olhos atentos.
O que esta acontecendo ?

Não entendo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vela


Tudo ficou em silêncio, todos se aproximaram. No centro da mesa apenas a vela, silêncio e olhos se encontrando, um despertar coletivo. A vela queimando, olhos curiosos e o silêncio quebrado. Inicia o desabafo, nos primeiros segundos, até minutos, acham ruim, o sonho ilusório é mais encantador do que a realidade colocada na mesa sobre velas, mas, acostumam com a idéia. Começa a conversa, cada um com seu cada qual exposto, sorrisos e compreensões compartilhadas, um momento raro, sem ser único.

Durou pouco, a vela se apagou com bastante parafina e desabafos a serem queimados. As lâmpadas voltaram a iluminar o ambiente, a mesa logo esvaziou, os sorrisos e compreensões foram se alojar nas caixas.

Que venham mais vezes os raios, para apagar os sonhos ilusórios das caixas multicores e das lâmpadas.

Que a vela fique mais acesa e a mesa mais completa.

domingo, 20 de setembro de 2009

Mãos




Minhas mãos tremiam.
Talvez a droga já tivesse me tragado demais,
eu não tinha mais força para levantar o garfo.

Os planos foram-se acabando,
um a um, pouco a pouco.
O astro, o artista, o inteligente,
o guitarrista, desenhista.

Minhas mãos perderam os valores,
calejaram-se para viver,
magoaram os seus queridos.

Minhas mãos tremiam demais.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Virgulasou


Eu fui o clarão, fui o breu, fui o amor, fui a tristeza, fui o sorriso, fui a lágrima, sou o nada, sou seco, sou sem graça, sou a barba que cresce, sou este eu, sou arrastado, sou cinza, sou sem palavras, sou amassado, sou jogado fora, sou sem corpo, sou sem fala, sou rápido, desgastado.

Sou.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

As águas


Ele as limpavam em vão.
Elas rolavam, voavam dentro daquele espaço vazio e dançavam sem coordenação.

Ele as secavam em vão.
Elas derrubavam qualquer barreira, venciam qualquer força e ele começava a achar, que era necessário chover.

Ele as esqueciam em vão.
Elas ainda o seguiam, sem pressa, sem correr demais, sem tempo para esperar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Haveria


Nossos corpos estariam completos, haveriam dentes em meu sorriso, haveria preguiça para arrumar a cama, haveria café e chocolate.

Eu teria mais ideias para despejar, haveria mais desenhos para criar, eu me enriqueceria com qualquer coisa, veriamos mais estrelas no céu, eu teria mais motivos, falaria mais com minha mãe, haveria flores,
haveria tudo,
haveria paz.

Pónagua


Gelado e morno, em qualquer circunstância seja bem vindo, ao abrir os olhos, um, no decorrer das horas, varios. Meio, inteiro, tanto faz, desde que venha o cheiro e a amenização, sem contar a esquisitisse mental individual, compreensível pelo proprietário da viagem instantânea e passageira sem deixar rastros, a não ser nos dentes amarelos.

O recipiente e a garrafa diz a quantidade, nem quero saber.

Mais um morno por favor.
Só gelado ?
Tanto faz...

domingo, 13 de setembro de 2009

Sem - Face


Já está queimado, as mudanças necessárias para a vida, as crenças deixadas para trás, o amor abafado, o papel com os vazios facetados.


Vim me desculpar mestre, não há o que se esperar.


A fome devora.

Escrito


Surpreso ?
Nem fique.

Não existe coincidências, tudo está escrito.
E não há como mudar.

Ditadura do destino.
Lei da vida.

Ir contra ao que está determinado, causará sérias punições.
No final estará perdido no que estava traçado.
Não haverá volta nem chances de correções.

Se é pra ser, é pra ser.

sábado, 12 de setembro de 2009

Resultado


Foi o bater das asas da borboleta, o ato que causou.
Uma vez feito, nunca desfeito, as consequências virão depois que o tufão se formar.
Essas consequências, para curar, foi dado tempo, talvez não o suficiente, mas o bastante para saber se haveria vida ou morte.
Não sobreviveu, o tufão deixou grandes marcas em suas consequências, não curado por doses de tempo e paciência. Da mesma maneira que foi aplicado o remédio as consequências, será aplicado também a alguém que tentou, doses em excesso.
Com paciência o paciente consegue se livrar da doença, fica bem e procura rever o bater de suas asas, assim ele não causará tufões para ser remediado outra vez junto com as consequências.

Dias, horas, minutos, segundos, meses, anos ou a vida eterna basta.
Iniciei agora

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Deus seja louvado


Por cada abraço perdido, por cada beijo não recebido, por cada sorriso não presenciado, por cada lazer que não fez, por cada refeição mal feita, por cada prazer não sentido.

Pelo tempo dedicado, pela preocupação, pela noite mal dormida, pelo cansaço eterno.

Papeis coloridos, 140 x 65mm e animais estampados.

1, 2, 5, 10, 20, 50 e 100.

Sujos e poderosos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Você


Me faz correr o horizonte.
Me inspira.
Me alivía.

Lobos


Eu tinha os lobos, e eles me tinham.
Eles eram fiéis, companheiros, transmitiam um amor fraterno somente com o olhar. Havia um ar melancólico, um ar conhecido e desgastado, mas os lobos não podiam ser vendidos, os lobos não podiam ser traídos, porque eles eram parte de mim.
Eles tinham respeito, ouviam, mas não falavam.
Eu tinha ela, mas era arriscado, perigoso, eles sabiam disso, eu não precisei dizer nada, ela poderia sair do controle, poderia desafiar a sabedoria deles.

Os lobos cuidavam da minha vida, e eu, de suas existências. Eu não deixaria nenhum mal acontecer a eles, mas minhas forças, eram desnecessárias. Os lobos eram unidos e sozinhos, não precisavam de mim, nem eu entendia, não sabia o porque, mas eles andavam, e eu tentava alcançá-los.

Cores brancas



Transistores, CI's, resistores, tensão, corrente, AC/DC, alternada/contínua.
A caixa mágica, os olhos cheios, a mente branca, a visão em cores e as ideías pálidas. É como o resultado de todas as cores juntas, não da uma, vazia, branca. Encher a visão das reais cores, substituir a mágica e iluminada por cheirosas e palpáveis, cores de tomadas 110/220 volts são brancas, misturadas nos olhos e resultantes no cerebro, reflete em atos e pensamentos, desinteressantes e irrelevantes do cotidiano. Ausência de conteúdo, tudo limpo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Recipiente




Sem graça, nunca observados, sem importância, facilmente descartados, até mesmo discriminados.
Foram só meros detalhes que vão desde o Bubbaloo azul menta ao tênis sujo, do suco de maracujá (eca) com leite, até uma bolsa xadrez ou um bloquinho de rascunhos de 4 cores. Tão inotáveis que era, conquistaram sua devida importância, agora são mais que observados, são mais que importantes, passaram a ser suspirantes e marcantes, além de tudo.
Todo sem graça tem sua graça, só depende da causa, razão e/ou motivo que significar.

Eu



Já.
Achei, fiz, fui, fiquei, tive, vi.

Tive cabelo grande, arrepiado, enrolado, liso, fui mais careca, roubei tazos, achei 70 reais, me perdi em trilha de mata fechada na chuva, bebi água limpa da pedra, dormi no banheiro do terminal Pq. Dom Pedro, dormi no terminal Bandeira, dormi na Praça da República, dormi no Mc Donald's, dormi na Rua Funchal, dormi no Metrô/ônibus, dormi na Rua Augusta, dormi na Outs, dormi em inúmeros bares.

Fui mais a igreja, fui empregado, desci escada de costas, chorei por namorada, me fudi, dei sorte, fiquei arrependido, tive 4 Mp3/Mp4, perdi celular, achei celular, levei calote, me iludi, empinei pipa, me ralei nas calçadas, trampei com meu pai, fui pra Bahia, tive banda, comprei diversos tipos de plantas, comprei mais bonecos, bati o carro, bateram no meu carro, briguei, bati, apanhei, discotequei, passei roupas, achei 1 Dólar, pulei muro, fui a praia com 5 reais sozinho, deitei no entulho, quebrei no mercado 5 garrafas de Smirnoff, invadi camarins, subi no teto do Kazebre, rasguei a calça no show do Radiohead/Kraftwerk/Los Hermanos, fui no pagode/samba/sertanejo/funk e etc, dei Stage Dive, carocei e não comprei, fiz técnico em eletrônica, achei que ia tocar como o Slash, tive 2 violões, me perdi no centro com 8 anos, roubei uma cueca numa loja com 2 anos, desci a rua da feira com uma motoca imitando o mundo de Bobby, achei que pessoas não existiam, brizei olhando pro teto, sai fotografando tudo e todos, paguei o quebra, desenhei mais, quis ser hippie, quis ter nascido no inicio dos anos 80, senti o efeito de gás de pimenta, fui em manifestação, tomei pouco café, fui gordo, fui mais magro, tive inúmeros peixes.

Escolhi tomate, quis morar sozinho, corri de chiuaua, perdi o ultimo ônibus, quis sair voando, fiz colagens, quis pintar um quadro, sai colando lambe-lambe/Stickers, fui pra diretoria, fui viciado em chá, fui penetra, fui briguento, amei menos, fui mais orgulhoso, enganei, fui enganado, quis tocar gaita, fiz arroz salgado de mais, fiquei no ibirapuera a noite, andei do tatuapé até itaquera, achei que o mundo ia acabar no ano 2000, fiquei revoltado com novela, tive outro orkut. Ajudei, precisei, fui roubado, tentaram me roubar, comprei mais livros, li mais livros, senti Deja vú, escapei de um ataque no coração jogando Sonic no Master System, fui atropelado por uma bicicleta, salvei Street Fighter com o Zangief, tentei aprender jogar Winning Eleven, presenciei um tiroteio, disseram que eu ia ser atropelado, pagaram lanches, paguei lanches, pagaram meu almoço, perdi apostas, ganhei apostas.

Vi o Papa Bento XVI por acaso, fiquei 3 horas garimpando discos, fumei cigarro, fumei charuto, bebi todos os tipos de destilados, me afoguei, me afogaram, afoguei, corri de louco, converssei com loucos, conheci loucos, vivi com loucos, achei que ia ser pai, pensei no passado/presente/futuro, tentei entender o sentido da vida, acreditei em ET, tive medo do Chucky, tive medo do Chupa Cabra, coloquei grampo no chinelo, quis ter dread, me aventurei no Planetario, me aventurei no banheiro de um bar, quis me aventurar no provador e na saida de emergência, pude ser preso, fiquei sem moral, fiquei sem ética, deixei de tomar atitudes, cai de skate, fiquei de Dp, imaginei eu pobre, imaginei eu rico, pensei na solidão, pensei na morte.

Colecionei doces, comi pão de mel com catchup, andei sem rumo, sai ligado no Foda-se, fui mais cara de pau, tive telefone em casa, bati a testa no muro, participei de quadrilha, fiz papel de Peter Pan, quis salvar a Wendy das garras do malvado capitão, joguei futebol, joguei volei, lutei tae kwon do, me assustei com a mascara da bruxa, vi varios covers, senti que estava atrapalhando, vi streaptise, comi Doritos sem gosto de nada, me escondi na Bat Caverna, perdi a chave de casa, tive catapora, fui mais egoísta, achei que era só um sonho, percebi que era só um sonho, entreguei panfleto, morei em casa, tive um Pula Pirata, fui no estadio, gostei mais de futebol, corri do rapa...

E por aii vaii.

Juntos e só..