segunda-feira, 31 de maio de 2010

Abrigo quente



Quando diminuem os olhos com os clarões dos postes, é que se percebe a escuridão da noite. Nesse espaço infinito, sem limite de trajeto, cheio de becos, cheio de lixo, tão gelado, tão escuro, também se sente proteção e claridade.

Um mendigo quer meu porre, uma velha quer minha comida, uma prostituta faz uma promoção, me oferecem uma viagem. Sou criado em berço quente, mas me perco no escuro, e todas as luzes são como um grande cobertor, que aquece. E assim se vive um sonho de olhos abertos, sendo envolvido pelos braços desse espaço, desse abrigo quente, protetor e iluminado.

3 comentários:

  1. Tenso. nao 'e um cobertor muito consistente.

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  2. É... as vezes a gente tem que passar pelo escuro pra encontrar as luzes. Pois o que seria da luz se tudo fosse claro. :]

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  3. Belo desenho,mas ao contrário desse tal eu-lírico muito me agrada o escuro,enfim,obrigado.
    abraço !

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