sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Novas

Impacto de boas novas.
Gostei.
Passou de um lado pro outro, me olhando, me vigiando.
Observei.
Rápido, falho, conquistado.
Fiquei.
Parado, sentado, planejei. Ansiei.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Enlou-cresça


Não vá aos almoços de domingo; falte em seu emprego; entre na lixeira; use roupas rasgadas; dê o calote; chute a porta; quebre o copo; persista que está errado; não cante parabéns; desligue o despertador, ou deixe tocar; se alcoolize; pule a catraca; xingue o guarda; não aceite; cante alto; empurre quem está a sua frente...

Enlou-cresça.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Abrigo quente



Quando diminuem os olhos com os clarões dos postes, é que se percebe a escuridão da noite. Nesse espaço infinito, sem limite de trajeto, cheio de becos, cheio de lixo, tão gelado, tão escuro, também se sente proteção e claridade.

Um mendigo quer meu porre, uma velha quer minha comida, uma prostituta faz uma promoção, me oferecem uma viagem. Sou criado em berço quente, mas me perco no escuro, e todas as luzes são como um grande cobertor, que aquece. E assim se vive um sonho de olhos abertos, sendo envolvido pelos braços desse espaço, desse abrigo quente, protetor e iluminado.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Estimação


Andar sutil e olhar traiçoeiro.
Inteligentes, adoráveis e oportunos.

Não se expressam, se quiser algum ato de afeto, sirva sua graça depositada em um recipiente bem cheio, logo seus olhos irão arregalar demonstrando um afeto questionável. Até ficar como um balão cheio prestes a estourar ele pemanecerá ali apreciando o sabor da sua caridade que é oferecida diariamente.

Disse:
- Recipiente cheio e nós conversamos, do contrário, nem se aproxime. Irei sujar suas roupas, rasgar o seu sofá, derrubar os seus discos e acabar com sua compreensão, como fiz agora a pouco.

* Post ao Shadow.
* Desenho do nosso amigo Samuel. Obrigado Sam, conforme a assinatura.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

vejo em frente


Devagar vou me desapropriando da morada,
ando ali, viro uma esquina, pouco a pouco,
renasço, reescrevo, relembro.
Os novos rostos, a cozinha, as rodas.

Sem pressa, quase parando, eu simplesmente emigro.
deleito sobre o copo na mão, esqueco as dores que me causam,

entardeçi solene quando não precisava,

devagar me desafogo e lentamente eu vejo em frente.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

outro sonho


O menino corre para fora da casa, segue o rastro daquela que não consegue alcançar.
olha para os lados, suspira, volta a correr,
os campos verdes saturados refletem nas roupas brancas ao vento, a luz magicamente muda o conceito e as cores das coisas.
O menino corre para as árvores, estranhamente não estavam ali, agora são eloquentes o bastante quanto os campos verdes saturados.
O menino ouve as palavras do campo, inocente, se emociona, se impressiona.

Agora ele já consegue ver a menina,
que esta, já não se distingue das belas árvores que emanam ali.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Somos um


Te vejo aqui, aqui
Olho, olhe, penso, pense
Não me reconheco, não me importo
Me arrancou, onde, você, mim
Fale comigo, verdades, verdades, verdades
Não sinto, eu, você
Se eu pudesse, se você pudesse
Me olhe, me ajude, abrace
Corra, vá embora, chore
Volte
Não pergunte
Sinta, sinto, olhe, vejo

Fique.